A Botânica - do latim “botané”, planta, erva – é a área de estudo das plantas e toda a estrutura que a envolve, como os ramos de suas fisiologias, morfologias e sistemas, sendo de incrível importância para o estudo da biologia, uma consequência de as plantas apresentarem maior parte da influência na sobrevivência do homem.
Do filósofo Theophratus – pai da botânica – criador de “História das Plantas” e “Sobre as causas das plantas” revolucionou o estudo dessa ciência lá na Grécia Antiga (317 – 287 anos A.C.), oferecendo novas técnicas medicinais, como a homeopatia e grande participação na farmacologia. Os estudiosos que sucederam Theophratus, como Aristóteles, Teofrasto, Plínio, o Velho e Dioscórides, Konrad Gessner e Graziela Maciel Barroso, sendo uma das primeiras mulheres brasileiras que se destacou nos estudos botânicos.
Folha de rosto da edição ilustrada de 1644 de Historia Plantarum a História das Plantas de Theophratus.
Pode-se destacar nesta ocasião Carl Friederich Philipp von Martius (1794-1868), naturalista alemão famoso por suas descobertas durante três anos na comitiva da esposa de Dom Pedro I, a Imperatriz Leopoldina, realizada na Amazônia do Brasil em 1817.
Martius descobriu, em conjunto com seu amigo zoólogo Johann Baptist von Spix (1781-1826), mais de 22 mil espécies de plantas em 14.000 km percorridos, onde foram catalogadas e estudadas, relacionando-as aos biomas existentes, e diferenciando pela flora existente, sendo utilizados até hoje com a mesma diferenciação vegetal. Além disso, revelou 470 plantas aos estudos medicinais do país, criando obras importantíssimas e referências até os dias atuais como “Viagem pelo Brasil” escrito junto de Spix de 1823-1831 e "Flora Brasiliensis" 1840, sendo 15 unidades compostas de 3811 gravuras dos cenários encontrados pelo caminho.
Gravura de 1847 retratando o Rio Japurá, Província do Rio Negro, na época de águas baixas.
Gravura de Martius e Spix. Editora Capivara
Responsável por praticamente metade das classificações de plantas conhecidas hoje, parafraseando um dos colaboradores de Flora Brasilienses, a respeito de Martius
“A palmeira é a planta que define a paisagem do que ele chama de América Tropical".
O dia de hoje, 17 de abril, homenageia a grandeza da criatividade e espírito explorador desse cientista de relevância até os dias de hoje na ciência da botânica e todos os profissionais botânicos apaixonados pela flora do planeta. Em 24 de maio de 1994, decretou-se o Dia Nacional da Botânica, ao comemorar os 200 anos do nascimento do pesquisador. Além de mencionar também criação da Medalha do Mérito Jardim Botânico do Rio de Janeiro e declarar a palmeira brasileira Carnaúba (Copernicia cerifera) como seu símbolo.
O Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro é um dos mais importantes centros de pesquisa mundiais em botânica e conservação da biodiversidade, fundado em 1808 com intuito de fabricar pólvora e estufa de espécies de vegetais estrangeiros e após passar pelo Imperialismo e Período Republicano, se sustentou e desenvolveu para que apenas em 1995 recebesse o título de instituto de pesquisas pela instituição federal do Ministério do Meio Ambiente. Atualmente acabou se tornando um dos pontos turísticos mais visitados do Brasil.
O Dia Nacional da Botânica também ressalta a importância das pesquisas nas plantas e algas através do desenvolvimento das áreas de botânica aplicada, dendrologia, ecologia, ficologia, fisiologia vegetal, fitopatologia, genética dos vegetais, geobotânica, histologia, vegetal micologia, morfologia vegetal e paleobotânica. Sendo importantes fontes de alimentos e combustíveis, proporcionando ainda alterações nos ciclos biogeoquímicos (da água, do carbono e do nitrogênio) e tendo seus derivados também utilizados em produtos de fins medicinais, alimentícios, farmacêuticos, estéticos e colaborando para sua importância nas questões econômicas, além das suas relações sociais, culturais e religiosas dos dias que percorrem a modernidade.
Ainda existem muitas plantas não descobertas espalhadas pelos diferentes biomas brasileiros, inclusive na Amazônia, onde o trabalho dos botânicos não terá previsão de acabar, garantindo assim premissas de um futuro próspero através do que a natureza oferece.
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