Os oceanos são definidos como uma massa de água salgada que cobrem quase três quartos da superfície da Terra, correspondente a aproximadamente 71% da superfície total. Para a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional, agência norte americana, embora exista apenas um oceano global, ele está dividido geograficamente em regiões com nomes distintos, que são delimitadas pelas terras emersas (os continentes).
Existem cinco oceanos, o Atlântico, o Pacífico, o Índico, o Ártico, e o Antártico. O Antártico foi o último a ser nomeado, os limites deste oceano foram propostos à Organização Hidrográfica Internacional (OHI) no ano de 2000. Porém nem todos os países concordaram com os limites indicados, portanto ainda precisa ser aprovado pelos membros da OHI. Alguns estudiosos não consideram o Ártico e nem o Antártico como oceanos, visto que o Ártico é pouco profundo e sua extensão é pequena, no caso do Antártico, os geógrafos, oceanógrafos e cientistas dizem que ele é apenas uma extensão dos outros três oceanos (Atlântico, Índico e Pacífico).
O maior oceano é o Pacífico, ele cobre cerca de 30% da superfície da Terra, sua área de cobertura é maior do que toda a área terrestre somada, está localizado entre a América e os continentes da Ásia e Oceania. Além disso, ele é o mais profundo com uma média de 4.300 metros, contém 75% de todos os vulcões ativos do planeta e tem entre 25 mil a 30 mil ilhas, o número exato é desconhecido pois às ilhas ainda estão sendo descobertas.
E é nele onde encontramos o ponto mais profundo do oceano, com cerca de 11 mil metros, conhecido como Depressão Challenger, que está localizado na Fossa das Marianas, e foi identificado pela primeira vez em 1875 através de um equipamento de sondagem do navio Deepsea Challenger. Mas foi só em 1960 que o primeiro homem chegou a tal profundidade.
Nos anos setenta, a Fossa das Marianas era utilizada como depósito de lixo farmacêutico e em aproximadamente cinco anos já haviam cerca de 390 mil toneladas de rejeitos depositados lá. E em uma pesquisa recente foram encontrados dois poluentes orgânicos persistentes, ou também chamados de POPs (compostos altamente estáveis, resistentes a degradação), que foram produzidos em escala global entre os anos de 1930 e 1970, e liberados no meio ambiente por causa de acidentes, descargas industriais, vazamentos em aterros ou incineração incompleta. Esses poluentes eram éteres difenílicos polibromados (utilizados como retardadores de chamas) e bifenilos policlorados, conhecido como Ascarel no Brasil (utilizados como isolantes elétricos).
Os poluentes foram encontrados no organismo de crustáceos que vivem na Fossa e em uma comparação, os cientistas dizem que a quantidade de POPs encontrada é 50 vezes maior do que a quantidade identificada no organismo de caranguejos arrozais, que são alimentados pelo rio Liaohe, um dos mais poluídos da China.
De acordo com Alan Jamieson, biólogo marinho e professor da Universidade de Newcastle no Reino Unido, que liderou a pesquisa, não foi uma surpresa encontrar os POPs nesses locais, visto que as fendas são depósitos naturais e os poluentes se acumulam ao longo da cadeia alimentar. Então, quando os animais em decomposição atingem o fundo do mar, sua concentração aumenta, sendo, muitas vezes maior que nas águas da superfície.
Os cientistas também acreditam que os POPs chegaram até essa profundidade através de partículas de plásticos que se depositam nas fendas. Mas o que assustou os pesquisadores foi a sua alta concentração, mostrando que o impacto que a humanidade está causando no planeta já chegou em um dos habitats mais remotos e inacessíveis da Terra.
Katherine Dafforn, bióloga marinha da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, que não participou do estudo, destaca que ficou ainda mais evidente, com o trabalho apresentado por Jamieson e seus colegas, que o oceano profundo, ao invés de ser remoto, está altamente conectado com a superfície marinha e está exposto a concentrações significativas de poluentes fabricados pelo ser humano.
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