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  • Foto do escritorGeoAmbiental Jr.

Desertos também podem ser de gelo?

O meteorólogo César Soares diz que do ponto de vista meteorológico, uma região de deserto é definida como uma área onde se evapora mais água do que é reposto pela chuva. Dessa forma, as maiores regiões desérticas estão sobre os oceanos, onde a quantidade de água evaporada é muito maior do que o volume de chuva.


Os desertos da forma como a grande maioria da população conhece, ou seja, com terrenos arenosos, altas temperaturas e a vegetação formada por xerófitas (cactus, suculentas, mandacaru), também são consequências de pouca chuva. Existem fatores naturais (desertização) e alguns causados por ações antrópicas (desertificação) que ajudam na formação de um deserto.


Na década de 70, intensificaram-se os grandes movimentos migratórios e intensos processos de devastação ambiental começaram a ser detectados em toda a África, especialmente na região semiárida, ao sul do deserto do Saara, conhecida como Sahel. A situação se caracterizava pela pobreza, fome e destruição de recursos naturais vitais (água, vegetação e solo). Esse processo destrutivo passou então a ser chamado de desertificação.


Porém, tal fenômeno não estava ocorrendo apenas na África, sendo assim, em 1972 foi convocado uma Conferência Internacional sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo na Suécia, percebeu-se então a necessidade de um evento específico que discutisse a desertificação de forma mais aprofundada. Foi realizada então a Conferência das Nações Unidas sobre a Desertificação em 1977, na cidade de Nairóbi no Quênia.


Entre os processos de desertização encontramos o deserto em latitudes médias e ocorre quando o ar, vindo de áreas equatoriais, que está no alto (devido a alta umidade e temperatura) desce em determinadas regiões do globo, porém nesse processo ele acaba secando, favorecendo a formação de áreas desérticas, um exemplo desse tipo de deserto é o Tengger na China.


Os desertos conhecidos como contra-alísios ocorrem em áreas onde às correntes de vento sopram do equador para os trópicos em altitudes elevadas, esses ventos são secos e são os responsáveis por desertos como o Saara, que é o maior deserto arenoso em extensão territorial, com mais de 9 milhões de km².


Alguns desertos são formados pela falta de umidade provocada por barreiras naturais (ou também chamadas de barreiras orográficas) que impedem a passagem da umidade, que condensa e provoca a chuva antes de avançar pelas grandes cordilheiras, como é o caso do deserto da Judeia, localizado em Israel, com aproximadamente 1.500 km² é cercado por montanhas e penhascos.


O maior deserto do mundo é o da Antártica (ou Antártida), com 13.829.430 km² (tamanho que vem sendo alterado por conta do degelo), é o continente mais frio e mais seco do planeta, sendo assim sua vegetação é restrita a líquens, briófitas e fungos, porém é possível encontrar diversas espécies de aves como os pinguins, e os mamíferos nativos são todos marinhos, sendo eles as focas, golfinhos e baleias. A Antártica é uma zona politicamente neutra e não pertence a nenhum país, porém é uma área de preservação científica, embora não haja habitantes permanentes, cerca de 4 mil cientistas realizam pesquisas no continente durante o verão.


De acordo com o Worldwatch Institute, cerca de 15% da superfície terrestre sofre algum tipo de desertificação. Esse fenômeno afeta mais de 110 países, prejudicando a vida de mais de 250 milhões de pessoas. As regiões mais atingidas pela desertificação são: Oeste da América do Sul, Norte e Sul da África, Oriente Médio, Ásia Central, Noroeste da China, Austrália e Sudoeste dos Estados Unidos.


Entre as principais causas responsáveis pela desertificação estão o desmatamento de áreas com vegetação nativa, uso intensivo do solo, tanto na agricultura quanto na pecuária, práticas inadequadas de irrigação e a mineração. E às principais consequências são a eliminação da cobertura vegetal, redução da biodiversidade, intensificação do processo erosivo, redução da disponibilidade e da qualidade dos recursos hídricos, redução da fertilidade e produtividade do solo e o desenvolvimento de fluxos migratórios.


O Brasil também apresenta áreas afetadas pela desertificação. De acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente, cerca de 16% do território brasileiro é vulnerável à desertificação, pois é formado por áreas semiáridas. O processo de desertificação atinge 9 Estados do Nordeste, e parte de Minas Gerais e do Espírito Santo.


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