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Foto do escritorGeoAmbiental Jr.

Dia Mundial dos Manguezais

No dia 26 de julho, é comemorado o dia mundial dos manguezais. O manguezal é um ecossistema costeiro de transição entre os ambientes terrestre e marinho. Ele é característico em regiões tropicais e subtropicais, estando sujeito ao regime das marés, e sendo dominado por espécies vegetais típicas. Ele é essencial para o equilíbrio ecológico. Por conta da sua elevada biodiversidade, as áreas onde se localizam os mangues são grandes berçários naturais para aves, peixes, moluscos e crustáceos, sendo considerado um dos ecossistemas mais importantes do planeta, são lugares ricos em diversidade de vida.


Os bosques de mangue destacam-se por sua alta biodiversidade funcional, o que os capacita a ocupar áreas distintas, nas quais é inviável a ocupação pela maior parte das espécies vegetais.

Com relação às funções ecológicas dos manguezais, podemos destacar algumas:

  • Proteção da linha de costa, evitando a ação erosiva das marés, tempestades e furacões; Refúgio para inúmeras espécies marinhas e estuarinas, que encontram abrigo para reprodução, alimentação e desenvolvimento das formas juvenis;

  • Além disso, são grandes fornecedores de proteínas para populações residentes no seu entorno.

Entre os ecossistemas florestais, os mangues são reconhecidos por sua capacidade de absorver a grande quantidade de gás carbônico presente na atmosfera. O “sequestro de carbono”, como este fenômeno natural é conhecido, consiste na transferência de carbono da atmosfera para o solo e a água por meio das árvores do mangue.


Pelo ponto de vista ecológico, os manguezais são essenciais para a manutenção da vida marinha e terrestre, visto que, é no mangue que peixes, moluscos e crustáceos encontram as condições ideais para reprodução, berçário, criadouro e abrigo para várias espécies de fauna aquática e terrestre, de valor ecológico e econômico. Portanto, são fundamentais para a retenção de carbono e como berçário da vida marinha, os manguezais encontram-se ameaçados pela expansão urbana, desmatamento e poluição.


Desde 2004 é comemorado o Dia Mundial de Proteção dos Manguezais, que se celebra no dia 26 de julho. Esse dia constitui uma forma de ação global contra o contínuo desaparecimento desse ecossistema e a consequente perturbação no modo de vida das comunidades que dependem dele.

A preservação dos manguezais implica na subsistência de pescadores, ribeirinhos, e todos aqueles que, de alguma forma, precisam dos manguezais para sobreviver. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), os manguezais são essenciais para o desenvolvimento e manutenção da vida das comunidades de regiões costeiras, sendo uma das suas principais fontes de subsistência. Segundo a Organização, 120 milhões de pessoas no mundo dependem dos manguezais para viver.

Os serviços ecossistêmicos provenientes dos manguezais estão avaliados em 1,6 bilhão de dólares por ano. Isso inclui a “oferta natural de animais capturados para consumo humano e a participação no equilíbrio ecológico de comunidades litorâneas”, de acordo com a UNESCO.


Às vezes subestimados nas pautas de preservação e restauração de ecossistemas, os manguezais ocupam papel essencial no equilíbrio ambiental e no combate às mudanças climáticas. Por isso, mais do que nunca, a Organização das Nações Unidas (ONU) tem dado ênfase nos benefícios ambientais e econômicos da recuperação desses ecossistemas.

A conscientização da emergência em se restaurar os mangues veio mediante a ameaça de inundações. O desmatamento, em função da demanda por madeira, causou a devastação das árvores, com isso a região perdeu parte das defesas naturais oferecidas pelos mangues, já que esse ecossistema tem a capacidade de absorver grandes quantidades de água, reduzindo o fluxo e o risco de inundações, e atuando como barreira natural a enchentes.


A proteção contra desastres naturais, como vimos anteriormente, também é um ponto a favor do ecossistema. A prevenção e atenuação do processo de erosão das costas litorâneas, causado por ondas e tempestades, ajuda a evitar inundações e as tragédias ambientais que podem vir a ser causadas por elas.


Porém, uma das suas funções mais relevantes diz respeito não apenas aos seus benefícios locais, mas ao global: os mangues são extremamente importantes na luta contra o aquecimento global e, consequentemente, contra as mudanças climáticas. Com a capacidade de armazenar de 3 a 5 vezes mais carbono do que as florestas tropicais, os manguezais ajudam no equilíbrio das condições naturais do planeta.

Segundo estudos do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), 67% dos manguezais do planeta foram perdidos ou degradados pela agricultura e aquicultura não controladas, a exploração madeireira, desenvolvimento costeiro, poluição e mudanças climáticas.

Por isso, em todo o mundo, projetos e governos se comprometem a proteger e restaurar suas áreas. É possível encontrar alguns desses projetos no site da Global Mangrove Alliance – Aliança mundial para a conservação e restauração de manguezais, com meta de aumento da área global de mangues em 20%, em relação ao tamanho atual, até 2030.

De acordo com o Atlas dos Manguezais do Brasil, lançado em 2018 pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o país possui aproximadamente 14.000 km² de mangues ao longo do seu litoral, fazendo com que seja o segundo país do mundo em extensão de mangues.


Entre os dados apresentados no relatório do ICMBio, podemos destacar:

  • 80% dos manguezais em território brasileiro estão distribuídos em três estados do bioma amazônico: Maranhão (36%), Pará (28%) e Amapá (16%).

  • A área representa a maior porção contínua do ecossistema sob proteção legal em todo o mundo.

  • 120 unidades de conservação têm manguezais em seu interior, abrangendo uma área de 12.114 km2, o que representa 87% do ecossistema em todo o Brasil.

  • Desse total, 55 são federais, 46 são estaduais e 19 são municipais, distribuídas em 1.998 km2 de proteção integral (17%) e 10.115 km2 de uso sustentável (83%).

  • Esse percentual era de 75% em 2010, o que significa que a maioria das novas UC criadas desde então, possuem manguezais nos seus interiores.

 

Referências:

[2] https://www.synergiaconsultoria.com.br/fique-por-dentro/protecao-aos-manguezais-fatos-e-dados/


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