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Enchentes e Inundações no verão
É muito comum no verão a ocorrência de chuvas torrenciais seguidas de enchentes e alagamentos nas vias urbanas, suas consequências são negativas em vários aspectos.
Quando tratamos da saúde esses eventos podem contribuir com a transmissão de doenças como leptospirose, hepatite A, febre tifoide, diarreias bacterianas e outras infecções. Já para a economia, segundo a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), em estudo realizado no ano de 2013, estima-se que a capital paulista perde cerca de R$ 336 milhões anualmente com alagamentos provocados por temporais. Os danos sociais causados também são imensos, só entre 2008 e 2012, 1.406.713 pessoas foram desalojadas ou desabrigadas, após terem suas casa atingidas por alagamentos, segundo a Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic).
Geralmente esse problema está ligado com a impermeabilização do solo, isto é, quando o solo perde a capacidade de absorver a água, dificultando o escoamento. Porém, nem sempre os alagamentos são causados pela urbanização desenfreada, na verdade são intensificados por ela.
Que o Brasil é rico em bacias hidrográficas nós já sabemos, mas muitas vezes não percebemos a presença de corpos d'água debaixo de nossos pés. Isso ocorre devido a canalização dos rios que dá espaço para a ocupação urbana nas margens que antes eram ocupadas por águas em determinadas épocas do ano. Um exemplo disso é o Vale do Anhangabaú em São Paulo, onde existe um rio canalizado no subterrâneo que em épocas de cheia transborda chegando à superfície e causando muitos danos, mesmo que esteja apenas seguindo seu percurso natural.
Isso ocorre com a grande maioria dos rios perenes, isto é, aqueles que nunca secam durante o ano. Eles costumam ter o leito menor, onde o curso da água passa durante a maior parte do tempo, leito maior e a planícies de inundação. Esses cursos d'água dispõem de uma área nos limites de suas margens para as quais extravasam a sua vazão durante alguns períodos de fortes chuvas. O problema ocorre quando a expansão urbana acelerada ocupa essas áreas, causando inundações que chegam a deixar bairros inteiros embaixo d'água.
Como já mencionado, a impermeabilização do solo contribui para esses eventos. Quando ocorre a precipitação a água pode evaporar, infiltrar no solo ou escoar na superfície, mas quando há chuva intensa a umidade é elevada, impossibilitando a evaporação, somada a dificuldade de infiltração da água devido a pavimentação das áreas urbanas causando enxurradas perigosas que intensificam as enchentes.
O problema da pavimentação das ruas e a cimentação de quintais e calçadas tenta ser sanado pelas prefeituras com a instalação de sistemas de drenagem, que são meios para ajudar a conter ou a escoar o curso das enxurradas por meio de “bocas de lobo”, “piscinões” ou dutos para levar o excesso de água para outra localidade. No entanto, esses sistemas são ineficientes e mal construídos na maioria das vezes. Além disso, esses sistemas são prejudicados pelo lixo descartado de maneira incorreta, poluindo as cidades e entupindo valas que teriam a função de acumular água em vez de resíduos sólidos. A consequência é a elevação do nível das águas além do esperado.
A solução para esse problema crônico não é simples, mas evitar a canalização dos rios, a criação de um sistema eficiente de drenagem e captação da água da chuva, além da presença de áreas verdes é um bom começo para evitar os prejuízos sociais, econômicos e ambientais ocasionados por alagamentos e enchentes.
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FONTES:
https://bhrecicla.com.br/blog/impermeabiliza%C3%A7%C3%A3o-do-solo-entenda-esse-problema/
http://www.revistaespacios.com/a16v37n08/16370808.html
https://saude.abril.com.br/medicina/agua-de-enchente-doencas/